As taxas de amamentação aumentam com licença remunerada, mas em muitos países não há

Que as condições de trabalho das mulheres influenciam a amamentação não é algo novo, mas hoje queremos destacar um estudo recente que investigou até que ponto estratégias nacionais que garantam autorizações de amamentação para mulheres trabalhadoras poderiam facilitar a amamentação.

As conclusões da investigação, realizada para os países membros das Nações Unidas, indicam que o percentual de mulheres que praticam a amamentação exclusiva foi maior nos países em que as leis garantem a licença de enfermagem no trabalho.

Especificamente, de acordo com os dados fornecidos por este estudo, as licenças de amamentação pagas garantidas por pelo menos seis meses foram associadas a um aumento de 8,86 pontos percentuais na taxa de aleitamento materno exclusivo.

O estudo, intitulado "Políticas de amamentação: uma análise comparativa global" ("Política de amamentação: uma análise comparativa global") foi publicada no último boletim da OMS e conduzida por pesquisadores da Universidade da Califórnia e Brandeis.

Foi realizada uma análise do número de países que garantem licenças de amamentação, o número diário garantido de horas e a duração dessas autorizações. A legislação original e as fontes secundárias de 182 dos 193 Estados-Membros das Nações Unidas foram examinadas e, dessa forma, foram coletadas informações atuais e detalhadas sobre estratégias nacionais.

Também foi realizada análise de regressão para examinar a associação entre a estratégia nacional e as taxas de aleitamento materno exclusivo, considerando o nível de renda nacional, o nível de urbanização, a taxa de alfabetização feminina e a porcentagem de mulheres na população ativa.

Como você pode ver neste mapa retirado do estudo, Permissões de amamentação pagas são garantidas em 130 países (71%). Sete países (4%) garantem licenças de amamentação não remuneradas e muitos países em que não há estratégia sobre aleitamento materno (45 países, 25%).

Os autores apontam que, se essas conclusões fossem confirmadas por novos estudos, seria possível melhorar os resultados de saúde através de a aprovação de legislação sobre licenças de amamentação naqueles países que ainda não garantem o direito de amamentar.

Obviamente, isso exigiria uma conscientização da importância de alimentar o bebê com leite materno, não apenas para a saúde da criança, mas também para a economia do país, empresas e famílias.

É chocante ver como em muitos países não existe legislação nesse sentido, deixando mães e filhos desprotegidos, e considerando que o estudo foi baseado nos países membros das Nações Unidas, receio que esses números sem estratégias de amamentação dispararão se considerarmos o resto dos países.