O que é o vírus Zika e quais os perigos para as mulheres grávidas?

A OMS ativou um alerta epidemiológico sobre os perigos do vírus Zika e os Estados Unidos recomendam que as mulheres grávidas não viajem para países afetados por esse vírus, que está se espalhando de maneira preocupante na América Latina.

O Brasil é um dos países em que a situação é mais aguda e onde o surto parece ter começado. Em 2015, 3.500 bebês nascidos com cabeça pequena (microcefalia) foram registrados devido a esse vírus, quando o número médio de casos em 2014 era um pouco menor que 150.

O que é o vírus Zika?

O vírus zika é transmitido por picadas de mosquito Aedes aegypti, também portador de dengue e Chikungunya. Foi identificado pela primeira vez em 1947 em Uganda, especificamente nas florestas do zika, daí seu nome.

Não se sabe muito sobre a maneira como a infecção é transmitida. E, embora seja o mosquito que infecta as pessoas ao picá-las, também há evidências de transmissão por sexo e sangue, embora ambas sejam formas raras de disseminação.

A partir do momento da mordida eles podem passar entre três e 12 dias de incubação, embora após esse período, nem todas as pessoas desenvolvam sintomas. Apenas uma em cada quatro pessoas.

Os sintomas não são especialmente graves em adultos. Produz febre leve, manchas vermelhas no corpo, conjuntivite, dor muscular, fraqueza. Outros sintomas menos frequentes: vômitos, diarréia, dor abdominal e falta de apetite.

Mas se a mordida ocorrer em uma mulher grávida, as conseqüências para o bebê em desenvolvimento são muito graves. Embora eles ainda estejam estudando os efeitos sobre o feto, sabe-se que causa malformações graves e afeta o desenvolvimento do cérebro.

Até o momento, não existe vacina para prevenir infecções ou medicamentos específicos para tratar a doença.

Países afetados pelo vírus zika

O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) nos Estados Unidos emitiu um alerta de viagem de nível 2 em 3 para 14 países latino-americanos afetados por infecções pelo vírus zika: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Martinica, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

O CDC não inclui o Equador, a Guiana e a Ilha San Martin, mas a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) inclui esses países em sua lista daqueles afetados pelo vírus. Acredita-se que já existam 24 países afetados.

Na Espanha, nenhum alerta de viagem foi emitido pelas autoridades de saúde. Até o momento, o Ministério da Saúde publicou um documento em que é recomendável evitar o contágio em mulheres grávidas e consultar um médico em caso de viagem, mas, seguindo as recomendações de outros países, prevenir é melhor do que remediar.

Que perigos isso representa para as mulheres grávidas?

Organizações internacionais recomendam que mulheres grávidas ou que planejam evitar se mudar para essas áreas. No caso de não poder adiar a viagem, eles recomendam consultar o médico sobre as etapas a seguir para evitar picadas de mosquito.

O vírus zika atravessa a placenta e afeta o desenvolvimento do cérebro do bebê causando microcefalia, um crescimento da cabeça muito menor do que o normal. Segundo o governo do Brasil, o vírus zika foi encontrado no cérebro de dois recém-nascidos e também nas placentas de duas mães que fizeram um aborto.

Eles acreditam que pode haver um alto risco de problemas se a mulher grávida for infectada pelo vírus durante o primeiro trimestre da gravidez.

Devido a esse surto, as decisões estão sendo tomadas em tempo real, além de realizar testes e pesquisas sobre a extensão desse vírus, tentativas para melhorar o diagnóstico e desenvolver guias e campanhas de informação pública.

Via | O mundo
Foto | iStockphoto
Mais informações Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde
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