Na Espanha, 25% das cesarianas são praticadas, o dobro do recomendado pela OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a taxa de cesariana não excede 10-15% e é realizada apenas nos casos necessários, de acordo com os critérios médicos. No entanto, de acordo com dados do Ministério da Saúde, nos últimos anos a taxa de cesarianas na Espanha aumentou para 25%.

Esses números são convertidos em nosso país em um daqueles com a maior taxa de cesariana na União Europeia, superado, entre outros, pela Itália com 35%. Na América Latina, países como o Brasil ou a República Dominicana multiplicam por seis, a taxa recomendada pela OMS.

Comunidade Valenciana, a comunidade autônoma com a maior taxa de cesarianas

As porcentagens de cesarianas segundo comunidades autônomas variaram ligeiramente nos últimos anos, e a Extremadura, que em 2011 liderou o ranking das comunidades com maior cesariana, foi deslocada de acordo com dados mais recentes (2014) do Ministério da Saúde Comunidade Valenciana com 29,50%.

Mas apesar de não liderar o ranking, Extremadura tem aumentado sua taxa de cesariana e passou de 27,4% em 2011 para 28,69% em 2014. A Catalunha, com 27,23%, se torna a terceira comunidade autônoma com a maior porcentagem de cesarianas.

Se olharmos para os dados das cesarianas publicados pela organização El Parto es Nuestro em 2015, os números variam ligeiramente na Catalunha, que estaria praticamente empatado com Ceuta e Melilla com um índice de 28,6%; mais de um ponto a mais que os dados do ano anterior publicados pela Health.

País Vasco, a comunidade autônoma com o menor número de cesarianas

No lado oposto estaria o País Basco, com 16,3%, Navarra com 18,23% e Astúrias com 20,46%.

O País Basco continua sendo a comunidade autônoma com a menor taxa de cesarianas, fato que pouco mudou nos últimos dez anos. Além disso, de acordo com o Diário Vasco, é o Somente comunidade cuja taxa de partos vaginais em saúde pública é superior a 85%.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2014 houve 427.595 nascimentos, dos quais 116.586 terminaram em cesariana. Segundo a OMS, o número aceitável de cesarianas deveria estar entre 43.000 a 64.000. Mas, infelizmente, ficamos longe.

A taxa de cesariana em outros países

Segundo o jornal El País, Espanha, com 25%, estaria entre os países da União Europeia com a maior taxa anual de cesarianas, abaixo da Itália (35%) e longe da Finlândia, onde a taxa é de 15%.

Mais ou menos no mesmo nível de figuras que o nosso país, de acordo com dados publicados pela BBC, países como Estados Unidos, China ou Reino Unido.

Alguns países da América Latina e do Caribe mantêm a maior taxa de cesariana do mundo, liderado por República Dominicana com 60,6% e Brasil com 56%, seguido de perto pelo México, Argentina, Porto Rico e Cuba.

Outros países como o Egito, com 52%, ou a Turquia, com 47,5%, continuam com a alta tendência estabelecida por alguns países da América Latina.

Mas na América Latina também há países que dão o exemplo e seguem as recomendações da OMS, como Guatemala, Honduras, Peru e Bolívia.

Os países do mundo com a menor taxa de cesarianas (cerca de 2%) são alguns africanos como Níger, Chade, Etiópia ou Burkina Faso, embora isso se deva, logicamente, aos poucos ou nulos cuidados médicos que alguns têm regiões

Recomendações da OMS

A OMS considera que a cesariana ideal deve variar entre 10% e 15%, mas alerta que essa prática está se tornando mais frequente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Quando a cesariana é medicamente justificada, é conhecido por salvar vidas de mãe e bebê. Mas Cesarianas injustificadas envolvem um risco desnecessário à saúde de ambos, a curto e longo prazo, além de poder afetar futuras gestações.

No artigo da BBC citado acima, o razões que levam alguns países a ter uma taxa tão alta de cesariana. No Brasil, por exemplo, as mulheres decidem fazer uma cesariana para amarrar os tubos na mesma intervenção e em outros países da América Latina o fazem questões puramente estéticas.

Em outros, como na China, as cesarianas são realizadas por meio de superstições que preveem boa sorte para a criança nascida em uma determinada data.

Embora, como vimos, haja números realmente alarmantes, parece que governos e profissionais de saúde estão se conscientizando dos riscos que "cesarianas desnecessárias" podem acarretar. Esperamos que medidas sejam tomadas em breve para ajudar a reduzir drasticamente essas porcentagens terríveis.

Vías El Parto é nossa, BBC, El País, INE, Ministério da Saúde, OMS, Diario Vasco

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