Interromper a amamentação não reduz o risco de infecção pelo HIV

Hoje, para comemorar o Dia Mundial da Aids, quero aproveitar esta oportunidade para falar sobre a relação entre amamentação e prevenção de vírus. Um estudo demonstrou que, ao contrário do que se pode acreditar, interromper a amamentação não reduz o risco de transmissão do vírus da Aids.

Os bebês cujas mães são portadoras ou portadoras de AIDS podem se espalhar facilmente através do leite materno, portanto, a recomendação geral é não amamentar.

No entanto, em alguns países, precisamente naqueles onde as taxas de HIV são mais altas, não é fácil acessar a água potável ou lavar adequadamente as mamadeiras para alimentar o bebê, e pode ser prejudicial para o bebê beber leite em pó. O risco de morrer de doenças infecciosas por essa causa é maior do que ser infectado pelo HIV. Portanto, em países onde a saúde deixa muito a desejar, a amamentação é a melhor opção.

Além disso, vários estudos demonstraram que crianças com alimentação mista (ou seja, mama e mamadeira) têm maior probabilidade de contrair a Aids através do leite do que aquelas que fazem aleitamento materno exclusivo. Isso ocorre porque os micróbios ou proteínas estranhas presentes em outros alimentos produzem pequenas lesões na mucosa digestiva que facilitam a entrada do vírus através deles.

O estudo que mencionei acima, realizado com quase mil mulheres na Zâmbia com o vírus da Aids, queria ver se interromper a amamentação abruptamente aos quatro meses poderia ser um bom método para impedir a mãe de infectar o filho.

No entanto, o resultado mostrou que "Não foi possível reduzir os níveis de risco de infecção ou morte entre crianças nascidas de mães portadoras do HIV com um plano para interromper a amamentação aos 4 meses de vida".

Como interromper a amamentação não reduz o risco de infecção, a amamentação pode não ser mais uma contra-indicação para essas mães, pois, por outro lado, seus benefícios imunológicos constituem uma barreira de defesa para seus filhos.